quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Sobre o "25" da Crystal Lewis


25 anos de carreira é uma marca pra se comemorar. Poucos artistas resistem ao peso do tempo, principalmente se forem artistas do meio cristão. Crystal Lewis é uma das poucas que conseguiu sobreviver a tal desafio sendo praticamente uma artista independente.

Crystal foi responsável por trazer o R&B a música cristã contemporânea. Qualquer estilo originário dos movimentos gospel só era incorporado a musicalidade da comunidade negra americana. Até hoje o negócio ainda é erroneamente dividido por lá. Pode-se dizer que ela foi a primeira a colocar um DJ pra mixar uma faixa e gravar feats. com rappers. "What A Fool I've Been" do álbum Fearless (o meu preferido e mais maduro, na minha opinião) ilustra bem esse exemplo.

Mas não foi só na sonoridade que ela se destacou. Apesar de ter letras bem fundamentadas na fé cristã e mais explícitas e diretas, diferente de outros artistas do mesmo gênero que já flertaram com o pop secular, Crystal sempre manteve um visual mais moderno que seus colegas. É até difícil de acreditar que alguém com um visual tão cool, com CDs de encartes tão lindos e super bem produzidos possa ter elaborado um DVD tão medíocre como foi o More Live. Mas este é um caso a parte. O conjunto da obra compensa, e muito, o resultado final.

Por ser nascida na Califórnia, Crystal também foi uma das primeiras a lançar álbuns bilíngues. Alguns de seus títulos tiveram versões em espanhol. Com a mesma potência e uma fluência incrível, ela não perde pra nenhuma Jaci Velasquez. Vale dar uma conferida na coletânea La Colección, que traz os grandes hits em espanhol. O disco Oro é um primor e contém músicas já conhecidas pelos brasileiros na voz de Fernanda Brum como "Por Un Momento Así".

E se você está lendo sobre essa jovem senhora casada, mãe, compositora, cantora, produtora ... vale a pena dar uma "googlada" ou correr no Spotify e ouvir algo da Crystal! :)
Se você for um homossexual que curte pop, indie, whatever ... e ainda acha que nunca ouviu nada desta louca, basta saber que "People Get Ready" é a música que a Katy Perry está cantando no documentário "Part Of Me" numa das cenas mostrando sua adolescência em Cristo.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Amy Grant repaginada pras "novinha"

No dia 19/08/2014 foi lançada a mais nova coletânea de uma das maiores artistas da música cristã. Conhecida como The Queen of Christian Music, Amy Grant está para o gênero cristão assim como Madonna está para a música pop. Sendo assim, é óbvio que quando sabemos que Amy está prestes a lançar algo novo, existe um grande frenesi em torno de especulações e em busca de informações sobre o que ela pode estar preparando. Não foi diferente com o "In Motion: The Remixes".

Em meados de julho na página oficial da Amy no Facebook começaram as postagens nostálgicas dos anos 90, mais precisamente da era do "Heart In Motion", disco que marcou a sua carreira impulsionando-a para o meio secular e atingindo um novo público. Fato este que levou Amy a receber convites para se apresentar ao lado de nomes como o Destiny's Child e Cindy Lauper. Em 1986 ela já havia ganho certa visibilidade ao emplacar ao lado de Peter Cetera o grande sucesso Next Time I Fall In Love. Baby, Baby foi um marco em 1991, atingindo 1º lugar no Billboard Hot 100. Concorreu ao Grammy nas categorias Best Female Vocal Performance e Record and Song of the Year. Não levou os prêmios, mas isso deu a Amy uma grande força no mainstream.

Todo este saudosismo trouxe várias ideias e Amy que acabou se juntando a produtores e remixando suas faixas dos anos 90, adicionando um toque da atual Amy dos anos 2000. Assim nasceu o seu novo trabalho que vou tentar descrever por aqui, ainda que meio frustrado e decepcionado.


  • That's What Love Is For (Radio Edit)

Demos a partida aos batidões de buatchy. Não sou muito fã do gênero e talvez por isso não tenha aceitado bem essa repaginada que foi dada nas faixas. Acho que está soando muito desesperador. Alguma crise de meia-idade? Não sei. Achei desnecessário. Achei que destruiu a beleza da canção. Achei "quero ganhar tanto dinheiro quanto ganhei nos anos 90".


  • Stay For Awhile (Radio Mix)

É talvez uma das músicas mais simbólicas lançadas pela Amy. Originalmente sendo lançada como inédita de sua primeira coletânea de grandes sucessos em 1986. O remix encorpado e de batidinha agradável soa menos insuportável que o da primeira faixa, até você chegar no refrão e ver que tem mais farofa por aqui.


  • You're Not Alone (Radio Edit)

Teve seus arranjos vocais desmembrados da canção original dando um ar de gospel contemporâneo mesclado com o melhor batidão que você vai ouvir na boate Babylon de Queer As Folk. Uma das músicas com a mais poderosa mensagem da Amy destruída pelo batidão.


  • Every Heartbeat (Radio Edit)

Talvez tenha sido a mais bem sucedida faixa deste álbum, após Baby, Baby. OK ... tem um tuntz, tuntz do batidão, mas não perdeu a energia original.


  • Better Than A Hallelujah (Gospel Radio Edit)

Também ganhou arranjos gospel e ficou muito bem, obrigado! Um loungezinho gostoso. Tipo música que você coloca pra receber convidados, beber, comer e conversar. Alguma coisa tinha que ser boa nesse CD, né?



É praticamente um mash-up de Girl Gone Wild (Justin Cognito Remix). Sem mais comentários! Escutem a faixa da Amy a partir do minuto 1:18 e depois ouçam Madonna! OK ... não chega a ser mash-up, mas foi a mesma fórmula (risadas em Cristo).


  • Baby, Baby (Radio Edit)

Foi a escolhida para primeiro single de divulgação do In Motion: The Remixes. É bem boa, apesar de manter a MESMA BATIDA da maioria das faixas do disco!


  • Say Once More (Radio Edit)

O que dizer desta faixa? A música original é linda! É algo que morro de vontade de cantar um dia pra alguém. Aqui na versão remix temos mais Babylon, mais Meet Music & Lounge, mais Bispa Sônia. #EntendedoresEntenderão


Bispa Sônia curtiu isso!

  • Out In The Open (Radio Edit/Bonus Mix)

Começa muito boa e depois advinha o que aparece: A MESMÍSSIMA BATIDA das faixas anteriores!


  • Stay For Awhile (Destination Mixshow Edit/Bonus Mix)

Foi a única música que ganhou dois remixes no álbum. Aparece por aqui como faixa bônus com elementos de arranjos da faixa original dos anos 80 numa batida eletrizante e bem melhor que a primeira. Gostei!


  • Mega Mix (Medley/Bonus Mix)

Um pouco de todas. Quase 9 minutos da mesma batida!

No geral eu dou nota 4,5 por ser um álbum nostálgico e pelo que essas músicas representam na vida de muitos e na carreira da Amy. Mas tenho certeza que a Bispa Sônia daria nota 10!



domingo, 20 de julho de 2014

Dia do Amigo

No Brasil, Uruguai e Argentina comemora-se hoje o Dia do Amigo. A data que marcou a chegada do homem a Lua (oi?) é a data escolhida para troca de mensagens e para lembrar-nos da família que podemos escolher: nossos amigos.

Eu poderia compartilhar imagens bonitinhas no Facebook, postar fotinhas no Instagram ou enviar dezenas de mensagens instantâneas no What's App, mas quem me conhece sabe que não sou muito de fazer esse tipo de coisa. Não menosprezo quem envia mensagens, pelo contrário, adoro receber! Mas queria fazer algo maior e mais pessoal. Pensei em várias músicas que amo e que representam bem os amigos que tenho e, por favor, não confundam amigos com contatos de uma rede social. Amizade é algo bem diferente disso e não acaba com a distância, mas se fortalece ainda mais. E sim, fiz muitos bons amigos nas redes sociais, portanto sintam-se representados também! Espero que entendam a mensagem! ;)

Resolvi dedicar uma canção aos meus verdadeiros amigos. Não vou citar nomes, porque cada um deles vai saber de cara do que estou falando e de como eu me sinto.
Por isso clique aqui e ouça o que preparei pra você! :)


Obs.: A data mundial para se comemorar o Dia da Amizade é 30 de Julho.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Amy Grant & Cristina Mel - Quase a mesma coisa, SQN!


Passeando pelo Centro da cidade esses dias encontrei uma raridade. Na verdade não era tão raro assim porque foi uma versão remasterizada do álbum Age To Age da Amy Grant. Raro seria ter encontrado o vinil de 1982. Mas era um disco que eu ainda não tinha em CD, só em cassete e MP3.

Esse trabalho da Amy lançado originalmente em 1982 fez muito, mas MUITO sucesso e foi como um divisor de águas na sua carreira. A Age To Age Tour ganhou um VHS. El Shaddai faz parte deste trabalho e ganhou em 2001 o prêmio de "Canção do Século" certificado pela RIAA e regravada por vários artistas.

Mas falando em regravações, em 1990 Cristina Mel estava lançando o 'Tá Decidido, seu primeiro disco pela gravadora Bompastor. 7 das 10 faixas eram da Amy Grant. Cristina fez versões de I Have Decided, Raining On The Inside, Got To Let It Go, The Prodigal (I'll Be Waiting), Tomorrow, In A Little While e Arms Of Love. 5 das 7 músicas da Amy que a Cristina gravou eram do disco Age To Age. Ufa! Que amor, hein?!!

Enfim ... lembrei disso e queria compartilhar, porque são "quase" os mesmos discos. Vale dar uma garimpada na internet e conferir essas preciosidades. Oldie, but goodie!

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Álbum do dia: The Collection (Amy Grant)

Como sou uma pessoa desocupada e há meses não escrevia nada nesse blog, resolvi começar uma série de posts onde falarei um pouco da história dos discos, álbuns, CDs que possuo (chamem quando quiser). Não só a história do álbum em si, mas o que as músicas deles significam para mim.

Vou começar esta série de posts falando do The Collection da Amy Grant.
Esse disco foi lançado originalmente em 1986, quando muitos de vocês que ainda leêm esse blog nem eram nascidos ainda. Mas só entrou na minha vida em meados de 1998, quando uma grande amiga da escola me apresentou Sing Your Praise To The Lord. Eu amei de cara pela introdução clássica e ascendente seguida de uma batida pop simples e encantadora.

Não demorou muito pra eu dançar freneticamente Love Can Do, já tendo uma quedinha por ritmos dos anos 80. Os arranjos de Stay For Awhile até hoje me surpreendem. Ambas foram lançadas como inéditas na coletânea. As demais são copilações de trabalhos anteriores, onde o Age To Age se destaca com 4 faixas presentes.

Esse disco na verdade é a primeira coletânea lançada pela Amy e trás faixas de seus 9 primeiros álbuns. Sim! Em 1986 ela já tinha seis discos de estúdio, dois ao vivo e um natalino. Começou cedo a garota, mais precisamente em 1977, com seu debut auto-intitulado.

Foi através dessa coletânea que conheci a Amy e me apaixonei. Em 1998 tudo o que eu ouvia era esse disco gravado num cassete. Hoje ele me leva de volta àquela época maravilhosa que deixou saudades.